quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Quando a persistência e a determinação se desenham numa xícara de café. Matéria para o Clube do tarô.

A maioria das vezes, e sobre tudo quando estamos fragilizados e vulneráveis, não temos consciência da força interna que faz parte de nós.
Isto é comum em todos nós, seres humanos que esquecemos, por algum tempo, quem somos e sucumbimos nas garras do desanimo e a desorientação.
Sentimo-nos pesados, como carregando o mundo nas costas, tudo é mais lento e dificultoso.

Analisando uma borra de café me deparei com todos estes sintomas.
A figura de um elefante emerge do fundo da xícara quase que timidamente, com a sua tromba estendida colmo querendo pegar ou alcançar alguma coisa.

O que significa isto e que energia o consulente deve acessar para melhorar?
Qual é o simbolismo do elefante?
Além de boa memoria, persistência, determinação, solidariedade, sociabilidade, amizade, companheirismo.
O elefante está posicionado num setor da xícara que corresponde á “características da personalidade” e á “essência que se perpetua no passo do tempo” (vagagem espiritual)
Por tanto, que determinação, força de vontade e perseverança se encontram dentro desta pessoa!
Postura, autoridade, longevidade, sabedoria e majestade fazem parte de sua vibração.
E porque majestade?
Se falarmos em essência de uma pessoa, estamos falando da alma e estamos falando do espírito.
Todo aprendizado espiritual no decorrer das encarnações, vai aprimorando e acumulando qualidades. É o que conhecemos com o nome de DHARMA. Esta palavra se origina no sânscrito (língua originaria da Índia) e tem como significado espiritual “Caminho para a Verdade superior” e deriva da raiz DHRI que significa “aquilo que dá sustentação e permanência”. Geralmente ante dificuldades, nos prendemos mais naquela questão de Karma que não é um fardo que carregamos e sim é aprendizado (todo um desafio!! Uff nada fácil!) onde buscar nosso dharma se torna importantíssimo (que legal! Temos coisas boas, cadê elas?) Se temos que aprender, que qualidades então vamos a utilizar para fazer o melhor?
Pensando em outras encarnações, muito provavelmente esta pessoa teve alguma vida como rei ou marajá, de aí a necessidade de ser reconhecida pelos seus valores, principalmente no âmbito familiar, nos afetos e no trabalho.
Se repararmos na tromba do elefante querendo alcançar ou pegar algo, podemos dizer que precisa “entrelaçar”, estabelecer um vínculo com alguém ou estabelecer um laço com algo em especial. A tromba esta direcionada para á casa das posses, do material, isto é: “quero ter um amor, quero ter um companheiro, quero ter algo concreto”. Não senti nesta analise que a pessoa quisesse possuir e sim concretizar um desejo intimo de afeto real.
Utilizando o seu DHARMA com certeza alcançara tudo aquilo que se propõe.
Podemos relacionar inclusive (não só podemos como devemos!) com figuras da mitologia hindu. A primeira expressão quando mostrei o elefante para a consulente foi: GANESHA!

E sim, GANESHA! O deus hindu com cabeça de elefante. Deus da sabedoria, da superação e remoção dos obstáculos. Um dos deuses mais cultuados na Índia. Ele abre os caminhos e seu nome significa “Senhor de todos os Seres”. GANESHA  é conhecimento, inteligência, guardião da riqueza, da beleza, da saúde, do sucesso, da prosperidade, da graça, da compaixão, da força, do equilíbrio.
Para a mitologia hindu o elefante é a montaria de cada uma das oito deidades que presidem os oito pontos cardeais. O deus INDRA, deus da chuva, das ventanias e dos elementos naturais, monta um elefante chamado Airâvata.

O deus Krishna e a sua esposa Radha podem metamorfosear-se em elefantes e nesse sentido, representam a corporiedade do amor divino.
Sendo o elefante um animal sagrado para os indianos, é considerado também um dos melhores amuletos para combater a inveja e o olho gordo.
Os antigos diziam que um elefante vermelho de costas á porta de entrada, não permitiria que energias negativas se aproximasem.
Para quem esta precisando de paciencia, de calma e sabedoria, medite com o simbolismo do elefante. Sinta-se um elefante branco: único, codiciado, admirado e todos os dias estenda suas mãos para alcançar aquilo que lhe pertence e lhe é de direito A FELICIDADE!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Desejo de 2012


DE TUDO... 2011...
De tudo só ficam três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando.
A certeza de que é preciso continuar.
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar.

 
Portanto devemos fazer de 2012...
Da interrupção um novo caminho.
Da queda, um passo de dança.
Do medo, uma escada.
Do sonho, uma ponte.
Da procura, um encontro.

(Fernando Pessoa)


terça-feira, 22 de novembro de 2011

Leitura da borra de café, também como oráculo terapêutico? Matéria publicada no Clube do Tarô: www.clubedotaro.com.br



Entrar no mundo da leitura da borra de café é introduzir-se no mundo mágico dos aromas, dos símbolos, da cultura do café que nos leva desde lendas, historia e agricultura até o mais profundo de nosso inconsciente.
A cultura do café indica um ponto de partida histórico no desenvolvimento da economia e na modificação do cotidiano de muitos países.
E quando bebemos uma xícara de café, além do equilíbrio dos quatro elementos: fogo, água, ar e terra, cada xícara de café contém o cuidado e a eficácia de todos os processos pelo qual o café passa.
Em cada leitura da borra de café nos encontramos de frente com um universo pessoal único e simbólico onde passado, presente e futuro são desenhados para dar passo á transformação interna fundamental para lidar com todo aquilo que nos desafia.



Muitas linguagens estão contidas na borra de café: a dos números, das letras, dos símbolos geométricos, das figuras humanas, dos símbolos astrológicos, das figuras de animais e também das flores, entre tantas outras linguagens simbólicas que poderia mencionar aqui. As imagens desenhadas na borra de café lembram muitas vezes (e isto nem sempre) a símbolos que encontramos nas lâminas do tarô. Numa xícara, por exemplo, podemos ver grandes vazios e penhascos similares á lâmina do Louco do tarô tradicional ou do tarô Waithe. Então ante este aspecto simbológico, o nosso consulente pode estar numa fase de incertezas, começando algo novo ou finalizando algo e seja qual for destas situações orientamos para á prudência, para avaliar antes de dar qualquer passo, ou bem para organizar o “caos” interno deixando de lado a impulsividade abrindo passo á reflexão.
Deuses e deusas de diferentes mitologias também podem se apresentar. Shiva, Buda, Sheila Na Gig, as que você conheça e possa identificar!
Símbolos cotidianos são muito freqüentes, como chaves, colheres, cadeiras, entre tantas outras.
Sabemos que todos os oráculos mostram um caminho e nos ajuda a ver uma mesma situação desde outros pontos de vista.
Geralmente quem consulta qualquer oráculo, está cheio de inquietudes, dúvidas, esperanças e temores. Na maioria dos casos as pessoas acreditam que a leitura da borra de café irá apenas “falar” do futuro, de aquilo que está por vir. Posso dizer que não é assim. Sentenciar uma situação qualquer, limita ao ser humano em relação ao seu livre arbítrio e cria expectativas que geram ansiedade e até imobilidade e na maioria dos casos não ajuda em nada e sim atrapalha a inteligência emocional comprometida pelo excesso da ilusão. Podemos ajudar a sonhar, mas nunca vender sonhos.
Por isso ante qualquer oráculo devemos ser cautelosos.
A leitura da borra de café também é terapêutica. Por quê? Por que por meio dos blocos de borra que se apresentam, vemos para que aspectos estão direcionados o foco ou o objetivo ou a energia da pessoa e por meio das figuras simbólicas podemos trazer ao consciente uma qualidade ou uma postura necessária ao seu momento. A figura de um pássaro pode anunciar mudanças ou noticias chegando, mas também pode indicar que a pessoa precisa fazer mudanças ou cambiar de atitude ou se aproximar para uma reconciliação, por exemplo. E tudo isto vai depender, claro, de como está inserida a imagem dentro do contexto todo.
A figura simbólica que escolhi para apresentar a leitura da borra de café não é para nada freqüente e gostaria de aclarar que as imagens que vemos não são tão nítidas como podemos imaginar, muitas vezes “lembram” a tal ou qual coisa.
Esta figura faz parte dos Deuses Celtas: Sheila Na Gig, antiga deusa do nascimento e a morte.


Ela se apresenta para que a consulente tome consciência de que deve deixar para trás feridas do passado e começar um novo ciclo fazendo uma “limpeza” ao seu redor. Mas limpeza de lembranças tristes, de acontecimentos dolorosos que com certeza estão fazendo com que seu emocional, a sua energia, a sua atitude perante os desfios cotidianos, se vejam limitados pelo medo e pela dor. Sheila Na Gig mostra como se encontra esta pessoa: submetida á condicionamentos do passado e apegada, claro, até sem perceber, á sua dor, apenas vendo a sua mágoa. È difícil romper com o passado quando se está muito ferido. Mas, vale à pena persistir nessa energia? Claro que não! Por isso Sheila Na Gig se apresentou motivando e desafiando a minha consulente á abrir-se para uma nova vida, para uma nova visão da sua vida, e para que separe aquilo que faz bem para ela daquilo que faz mal. Sheila diz: comece de novo. Como diz uma música brasileira que adoro: “Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima!”
Podemos analisar casas astrológicas numa borra de café? Claro que sim! Desenvolvi um método que chamo Método Ayslaam de leitura, em homenagem a minha bisavó turca. Ele possibilita que cada aluno organize sua leitura e desenvolva com mais confiança a sua intuição, sem deixar de lado o estudo dos símbolos. Conhecimento e intuição atuando juntos em cada leitura.
Em relação às casas astrológicas, no meu exemplo anterior, Sheila Na Gig tinha se posicionado exatamente na casa do lar e da família, na casa da transformação e na casa do inconsciente. Assim como em uma leitura de tarô o simbolismo na casa do inconsciente é fundamental para transmutar e transformar. È o “trazer para o consciente” para que possa essa energia ser trabalhada.
Como podemos observar a leitura da borra de café não é um oráculo onde apenas podemos entender aspectos do futuro. O presente é fundamental porque é HOJE que nos posicionamos em base a tudo aquilo que aprendi mos ontem. E de esse posicionamento depende uma base firme e segura para um FUTURO melhor para cada um de nós.
Convido a todos a fazer uma pausa para o café, mas sobre tudo para fazer uma pausa para o espírito.
Diz um lema turco: “um bom café equivale a 40 anos de amizade”
Salaam Alaikum!
Mirta Herrera Camerini, terapeuta holística, prof. de tarô egípcio, eneagrama, runas, tarô mitológico, baralho cigano, arte terapia, leitura da borra de café. Desenvolvendo atualmente as Runas de Isis.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Mensagem numa borra de café-Shiva: o poder da transformação


Mensagem numa borra de café-Shiva: o poder da transformação
A leitura da borra de café ou cafeomancia nos introduz a um mundo fascinante, a um segmento dinâmico que faz parte fundamental de muitas ciências: a simbologia. Historia, arqueologia, matemática, designe, etc, são algumas de essas ciências. Quando se diz que lendo uma borra de café se utiliza só a intuição, se está deixando de lado algo fundamental que é a análises de muitos símbolos deixados pela borra de café e que influenciam diretamente no inconsciente trazendo assim uma informação que pode orientar, esclarecer e ajudar em um determinado momento da vida de qualquer pessoa. Logicamente, o conhecimento da simbologia é fundamental para o desenvolvimento da intuição. Assim se estabelece uma ordem, um vinculo estreito entre informação-intuição-conhecimento, o que permite que todo cafeomancista possa orientar a seu consulente e a si mesmo. Os símbolos possuem um poder além das palavras porque carregam uma variedade de significados que falam á alma, á mente e ás emoções. Qualquer pessoa pode aprender a ler a borra de café, só é necessária à vontade de fazer o bem, de transmitir fé e autoconfiança e sobre tudo, muito respeito pelo ser humano e pelo oráculo. As imagens são diversas. Cada xícara de café é um universo e em suas paredes podemos encontrar figuras como esta: Shiva Nataraja: o deus da dança

 Todas as xícaras de café são únicas. Tal vez passe muito tempo até Shiva aparecer novamente numa borra de café… Mas a mensagem para o consulente foi:…”Há uma transformação muito grande que precisa ser feita desde seu Eu interior. O momento não é fácil, há necessidade de uma preparação ordenada, de ser meticuloso nos seus movimentos, cada passo debe ser analisado, mas você tem a força, a coragem e a habilidade para fazer do seu mundo algo melhor tirando do profundo do seu ser toda a alegria, o otimismo e a felicidade que você tem e que hoje está adormecido”. A simbologia de Shiva me levou a esta mensagem Shiva é um deus hindu que tem varias representações, entre elas como Deus da dança: Shiva Nataraja. Na tradição hindu, Shiva é o destruidor. Na verdade ele destrói para construir algo novo, assim, podemos chamá-lo de “renovador” ou “transformador”. Suas primeiras representações surgiram no neolítico (4.000 a.C.) na forma de Pashupati, o Senhor dos Animais. A criação do Yoga é atribuída a ele e o Yoga é uma prática que produz transformação física, mental e emocional, portanto, está intimamente ligado ao deus da transformação. Shiva é o deus supremo (Mahadeva), o pacífico (Shankara) e o benevolente, onde reside toda a alegria (Shambo ou Shambhu). Shiva Nataraja é uma das mais poderosas representações de Shiva e há várias posturas de dança deste Deus. É representado com quatro braços. Na mão direita, ao alto, ele segura o tambor (damaru), que simboliza o princípio do som, da palavra; do som vem toda a linguagem, a música e o conhecimento.O tambor simboliza também o éter ou espaço, que propaga o som e também o primeiro elemento que surgiu. Na mão esquerda, ao alto, formando a ardhacandra mudra (mudra da meia lua), ele tem o fogo como elemento de destruição do mundo, da dissolução da criação. O tambor e o fogo representam o contínuo ciclo cósmico de criação e dissolução. A mão esquerda à frente traz a gajahasta mudra que descreve, na dança indiana, a tromba do elefante. A tromba tem a simbologia do discernimento: o elefante sabe exatamente discernir a força que deve usar quando arranca uma árvore ou quando apanha uma palha no chão. No caminho do autoconhecimento é necessário o discernimento para que possamos separar o que é real (absoluto, eterno, verdadeiro) e o que é irreal (relativo, passageiro, mutante). A mão direita à frente forma abhaya mudra, gesto de afastamento do medo, da proteção e das bênçãos. O pé esquerdo levantado transmite ao homem que ele também se levante a si mesmo na busca de sua Verdade Interior.O pé direito, neste momento da Dança Cósmica, está apoiado sobre um homem com corpo de criança e rosto de adulto – Apasmara Purusha, simbolizando o ego infantil, a imaturidade emocional, a irresponsabilidade. Nataraja controla-o. Algumas representações de Nataraja mostram um círculo de chamas em torno d’Ele, simbolizando a dança da natureza, tendo Shiva, o Próprio Um, no centro. D’Ele tudo emana e n’Ele tudo se dissolve. Apesar de seu corpo estar em movimento, sua expressão facial é de serenidade. Isto indica que embora vivendo na agitação do mundo devemos nos manter ligados à nossa Verdadeira e Eterna Natureza Interior. O Deus da Dança Shiva Nataraja Existem muitas versões a respeito da história de Shiva Nataraja, em uma dessas versões encontrada nos Puranas, é dito que os rishis questionaram a relevância de Deus argumentando que desde que o Karma era tudo, apenas a ação tinha importância. Para remover a ignorância, Shiva tomou a forma de Sundaramoorthy e veio até a vila. Encantadas, todas as mulheres o seguiram. Os rishis, enfurecidos por terem sido enganados e tomados como tolos conduziram, então, uma cerimônia védica para destruir Shiva. Primeiro, do fogo veio o demônio Muyalagan e a dança cósmica teve início. Muyalagan foi preso sob o pé de Shiva e as cobras que vieram do fogo se tornaram as guirlandas de Shiva. Um veado de grandes chifres se tornou pequenino e foi seguro em uma das mãos. A pele de um tigre foi retirada e usada como sua própria roupa enrolada na cintura enquanto o fogo foi capturado em outra mão. O som do mantra se tornou suas tornozeleiras e então a forma de Shiva Nataraja se manifestou. A visão da estátua de Shiva Nataraja provoca um estado de grande paz interior. Por trás da construção de uma Murti há todo um processo de estudo já que ela deve ser construída baseada em um diagrama de triângulos. Cada parte do corpo de Shiva tem a necessidade de estar em perfeita conexão, pois cada uma tem seu significado. A mão direita que se encontra mais alta e segura o “damaru”, significa a criação do universo, já que a criação é atribuída ao som. Até mesmo na religião cristã encontramos esse princípio, na Bíblia está escrito que “no princípio era o Verbo” A outra mão direita que se encontra na direção do ombro está colocada em um gesto chamado de “Abhaya” ou – o gesto da proteção – e significa que nada temos a temer porque somos eternamente protegidos por Shiva. Da mão esquerda que se encontra mais alta emana o fogo da destruição que significa o poder da transmutação. A quarta mão que se encontra atravessada diante do corpo e aponta para baixo, para o pé de Shiva que esmaga um demônio-anão, tem o significado de dizer “Eu estou aqui para remover a ignorância e oferecer refúgio para a alma”. O pé que esmaga Muyalagan tem o significado de manter o domínio sobre a ilusão e o pé que se encontra levantado significa a libertação dessa mesma ilusão que tem o nome de “maya”.
Abertas as inscrições para o novo curso de leitura da borra de cafe.
Informações:(011)7453 0068
As Salaam Alaikum ( a paz esteja com você)
Mirta Herrera Camerini(Zulma Ayslaam)

A Arte de negociar segundo a tradição árabe



Consultando uma borra de café, fiquei surpresa com uma imagem que chamou muito minha atenção: um homem barbado de túnica, nariz proeminente. A primeira associação devo reconhecer, foi com a figura de Ossama Bin Laden. Foi muito forte a sensação de que meu consulente estaria vivenciando um momento de terror, se sentindo aterrorizado por questões relacionadas á finanças (isto devido á imagem estar na região do dinheiro) Realmente, conversando com ele, me relatou estar extremamente abalado por um problema seriíssimo com bancos e até se sentindo ameaçado.
A leitura da borra de café tem por finalidade mostrar um caminho, assim como todo oráculo.
Lembrei naquela hora de um texto que tinha lido há um tempo atrás: A arte de negociar árabe, escrito por Jorge Sabongi de Khan el Kalili, casa de chã egípcia, em São Paulo. Comecei a falar com meu consulente recomendando-lhe negociar, assim como os árabes:
“O dinheiro, sua forma de adquiri-lo e constituir fortuna com ele, vem de séculos. Nômades por natureza, o povo árabe desenvolveu como ninguém a arte da negociação. E o mais engraçado: passa de pai para filho, quase que inconscientemente. Hoje percebo que minha mãe, quando eu era pequeno, fazia negócios em suas compras, com verdadeiro sangue árabe, herdado de meus avós. Eu, menino, só observava: suas palavras, sua forma sutil para demover um vendedor e de remover o valor da mercadoria ao preço que ela realmente desejava pagar ou que valia. E o engraçado é que ela me explicava porque estava fazendo a transação daquela forma. No seu jeito mais singelo, ela estava passando para mim, um tino comercial que duraria por toda minha existência.
O árabe em si, não é um chato fazendo negócios: é um artista. Para ele, é um grande prazer falar, gesticular, comentar, contar uma história antiga, profetizar uma sentença de sabedoria, tudo num clima envolvente e cativante. Ao piscar seus olhos, você acha que fez o melhor negócio do mundo… e ele idem. 
Quando encontram alguém que também faz o mesmo tipo de jogo (prazer na pechincha, relutância em adquirir um bem se não tiver melhores condições, e principalmente expor as qualidades com exuberância do bem em questão, para valoriza-lo ao máximo), aí estão realmente fazendo o que mais gostam.  Achar alguém do mesmo naipe é o auge comercial para eles.
 Está no sangue: “Bara você querido, este breço, melhorbreço. Eu só faz isso borque é brá você….Eu não táganiando nada com isso, só quer ver você contente.”(experimente colocar a entonação exata, e você dará boas risadas). E sem pressa nenhuma de encerrar a negociação, por aí vai, horas se for necessário. Por fim, um café árabe é servido com cardamomo, é claro, e risadas são trocadas, numa amizade que parece de anos de convívio.
Depois que um árabe faz negócio com você, ele realmente inicia uma amizade que poderá durar para a vida inteira.  Antes, será sempre um estranho, sisudo, fechado.  Portanto, não estranhe. 
Um lembrete: nunca diga que ele está lhe roubando no preço. Prefira falar assim: “Você ganha pouquinho, eu ganho pouquinho, e nós, fazemos negócio”. Pronto… esta é a linguagem.”
(agradeço a Jorge, a gentileza me permitindo utilizar o seu texto)
Texto de Jorge Sabongi
Khan el Kalili
Casa de Chã Egípcia e café árabe
R. Dr. José de Queirós Aranha, 320 – Vila Mariana
Fones: 11 5575-6647 – 5571-3209 – 5571-3295 – 5549-7989
Provérbio árabe: “é importante rezar para que camelo não fuja, mas não se esqueça de amarrá-lo”.
Assim, diariamente, encontramos na leitura da borra de café muitas imagens simbólicas, que certamente irão nos ajudar (e também aos nossos consulentes), a realizar algo muito importante no cotidiano de cada ser humano: a magia da autotransformação. Porque? Muitas vezes estamos enxergando só um lado da moeda, sofremos… Por isso é muito importante ante uma questão ameaçadora, por exemplo, ver por todos os lados, para assim melhorar não só a situação como o nosso interior.
Mirta Herrera Camerini (Zulma Ayslaam)
Professora de leitura da Borra de Café

sábado, 15 de outubro de 2011

Uma Pausa para o Espírito, uma pausa para o Café

Sentados na areia ao redor do fogo um grupo de beduínos contempla o deserto. As miradas se perdem na imensidão do tempo. Só eles, a suas bagagens, seus animais e as estrelas.
Um vento seco acaricia as chamas formando figuras em um compasso lento.
O aroma convida a respirar fundo e sentir o alivio que gerou o cansaço. È a pausa para o espírito que traz consigo tantas mensagens ainda indescifradas da alma... È o aroma do café, são as especiarias, o fogo que aquece e o tempo, aquele senhor velho, que nunca para. O que é o destino? Tal vez uma trama desenhada no simbolismo escuro do Universo... O tal vez um conto mágico que devemos procurar no profundo silencio duma pausa. Uma pausa para o espírito, lá no fundo, lá dentro...
De onde viemos é uma circunstancia.
A onde vamos é o nosso destino.
Mas, como ir, como preparar-nos para essa longa estrada?
Lentamente o beduíno bebe seu café, meditando no tempo, na vida, no destino...
Sua tenda é preenchida pelo delicado aroma, convidando á família, aos companheiros de caminhada á compartilhar esse momento.
Uma anciã fecha os olhos e começa a contar historias que perpetuaram no tempo.
-Anda devagar, não tenhas pressa-ela diz. Acalma teu espírito e acomoda tuas idéias. Amanhã será um outro dia cheio de desafios, e dependerá da tua força continuar o teu caminho. Presta atenção aos sinais que se apresentem, olha para as estrelas e deixe ser guiado por elas. Não tem nada mais preciso que ter traçado um objetivo e continuar a vida em direção dele. Caminha pela areia e para um instante, olha para trás: você deixou sua marca pela estrada. E alguém com certeza lembrará disso, mesmo que você simplesmente tenha sorrido. Nada é por acaso, os encontros não são porque sim. Permita-se a possibilidade de ser feliz todos os dias. Não estas sozinho, meu filho, o vento acaricia teus cabelos, e todos os dias o sol aquece tua jornada. Não tenhas medo, simplesmente observa: a vida é como esta xícara, o que se coloca dentro é o teu produto, é a conseqüência da transformação pela que passamos dia a dia. E depende de nós, de não deixar-nos levar pelo cansaço das lutas, da dor das feridas, das perdas das batalhas.

Nesse momento a anciã mostrou a xícara para o beduíno. Nela estavam os desenhos formados pela borra: um imenso sol no fundo irradiando as paredes. Estradas retas e algumas sinuosas, infinidades de pássaros que pareciam voar em varias direções. E varias letras formando uma palavra: Vida...
O beduíno, então, dormiu tranquilo na areia do deserto sob o olhar e brilho das estrelas, entendendo que o destino se faz a cada dia e que cada um o desenha com suas próprias cores.

Assim como antigamente, a traves dos símbolos formados pela borra de café podemos entender o que está acontecendo a nível psíquico, físico, emocional e espiritual.
As imagens formadas pela borra de café são o EU INTERIOR falando desde o profundo do seu ser. È o SEU UNIVERSO desenhado por um produto da natureza (o grão de café) que passou, assim como você passa, por um processo de transformação.
Podemos ver o futuro numa xícara de café? Sim, claro!
Mas, de que serviria apresentar o futuro sem capacitar-nos para enfrenta-lo e vivi-lo? Seria como enviar alguém a uma viagem sem mapa e sem destino. Hoje também é o futuro.
Como o grão de café, hoje, você pode transformar a sua vida em um delicioso aroma.
Transforme-se. Sempre há tempo. E caminhe com toda a sua bagagem em busca do seu destino...

                         Historia escrita por Mirta Herrera Camerini inspirada por Zulma Ayslaam.