segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Mensagem numa borra de café-Shiva: o poder da transformação


Mensagem numa borra de café-Shiva: o poder da transformação
A leitura da borra de café ou cafeomancia nos introduz a um mundo fascinante, a um segmento dinâmico que faz parte fundamental de muitas ciências: a simbologia. Historia, arqueologia, matemática, designe, etc, são algumas de essas ciências. Quando se diz que lendo uma borra de café se utiliza só a intuição, se está deixando de lado algo fundamental que é a análises de muitos símbolos deixados pela borra de café e que influenciam diretamente no inconsciente trazendo assim uma informação que pode orientar, esclarecer e ajudar em um determinado momento da vida de qualquer pessoa. Logicamente, o conhecimento da simbologia é fundamental para o desenvolvimento da intuição. Assim se estabelece uma ordem, um vinculo estreito entre informação-intuição-conhecimento, o que permite que todo cafeomancista possa orientar a seu consulente e a si mesmo. Os símbolos possuem um poder além das palavras porque carregam uma variedade de significados que falam á alma, á mente e ás emoções. Qualquer pessoa pode aprender a ler a borra de café, só é necessária à vontade de fazer o bem, de transmitir fé e autoconfiança e sobre tudo, muito respeito pelo ser humano e pelo oráculo. As imagens são diversas. Cada xícara de café é um universo e em suas paredes podemos encontrar figuras como esta: Shiva Nataraja: o deus da dança

 Todas as xícaras de café são únicas. Tal vez passe muito tempo até Shiva aparecer novamente numa borra de café… Mas a mensagem para o consulente foi:…”Há uma transformação muito grande que precisa ser feita desde seu Eu interior. O momento não é fácil, há necessidade de uma preparação ordenada, de ser meticuloso nos seus movimentos, cada passo debe ser analisado, mas você tem a força, a coragem e a habilidade para fazer do seu mundo algo melhor tirando do profundo do seu ser toda a alegria, o otimismo e a felicidade que você tem e que hoje está adormecido”. A simbologia de Shiva me levou a esta mensagem Shiva é um deus hindu que tem varias representações, entre elas como Deus da dança: Shiva Nataraja. Na tradição hindu, Shiva é o destruidor. Na verdade ele destrói para construir algo novo, assim, podemos chamá-lo de “renovador” ou “transformador”. Suas primeiras representações surgiram no neolítico (4.000 a.C.) na forma de Pashupati, o Senhor dos Animais. A criação do Yoga é atribuída a ele e o Yoga é uma prática que produz transformação física, mental e emocional, portanto, está intimamente ligado ao deus da transformação. Shiva é o deus supremo (Mahadeva), o pacífico (Shankara) e o benevolente, onde reside toda a alegria (Shambo ou Shambhu). Shiva Nataraja é uma das mais poderosas representações de Shiva e há várias posturas de dança deste Deus. É representado com quatro braços. Na mão direita, ao alto, ele segura o tambor (damaru), que simboliza o princípio do som, da palavra; do som vem toda a linguagem, a música e o conhecimento.O tambor simboliza também o éter ou espaço, que propaga o som e também o primeiro elemento que surgiu. Na mão esquerda, ao alto, formando a ardhacandra mudra (mudra da meia lua), ele tem o fogo como elemento de destruição do mundo, da dissolução da criação. O tambor e o fogo representam o contínuo ciclo cósmico de criação e dissolução. A mão esquerda à frente traz a gajahasta mudra que descreve, na dança indiana, a tromba do elefante. A tromba tem a simbologia do discernimento: o elefante sabe exatamente discernir a força que deve usar quando arranca uma árvore ou quando apanha uma palha no chão. No caminho do autoconhecimento é necessário o discernimento para que possamos separar o que é real (absoluto, eterno, verdadeiro) e o que é irreal (relativo, passageiro, mutante). A mão direita à frente forma abhaya mudra, gesto de afastamento do medo, da proteção e das bênçãos. O pé esquerdo levantado transmite ao homem que ele também se levante a si mesmo na busca de sua Verdade Interior.O pé direito, neste momento da Dança Cósmica, está apoiado sobre um homem com corpo de criança e rosto de adulto – Apasmara Purusha, simbolizando o ego infantil, a imaturidade emocional, a irresponsabilidade. Nataraja controla-o. Algumas representações de Nataraja mostram um círculo de chamas em torno d’Ele, simbolizando a dança da natureza, tendo Shiva, o Próprio Um, no centro. D’Ele tudo emana e n’Ele tudo se dissolve. Apesar de seu corpo estar em movimento, sua expressão facial é de serenidade. Isto indica que embora vivendo na agitação do mundo devemos nos manter ligados à nossa Verdadeira e Eterna Natureza Interior. O Deus da Dança Shiva Nataraja Existem muitas versões a respeito da história de Shiva Nataraja, em uma dessas versões encontrada nos Puranas, é dito que os rishis questionaram a relevância de Deus argumentando que desde que o Karma era tudo, apenas a ação tinha importância. Para remover a ignorância, Shiva tomou a forma de Sundaramoorthy e veio até a vila. Encantadas, todas as mulheres o seguiram. Os rishis, enfurecidos por terem sido enganados e tomados como tolos conduziram, então, uma cerimônia védica para destruir Shiva. Primeiro, do fogo veio o demônio Muyalagan e a dança cósmica teve início. Muyalagan foi preso sob o pé de Shiva e as cobras que vieram do fogo se tornaram as guirlandas de Shiva. Um veado de grandes chifres se tornou pequenino e foi seguro em uma das mãos. A pele de um tigre foi retirada e usada como sua própria roupa enrolada na cintura enquanto o fogo foi capturado em outra mão. O som do mantra se tornou suas tornozeleiras e então a forma de Shiva Nataraja se manifestou. A visão da estátua de Shiva Nataraja provoca um estado de grande paz interior. Por trás da construção de uma Murti há todo um processo de estudo já que ela deve ser construída baseada em um diagrama de triângulos. Cada parte do corpo de Shiva tem a necessidade de estar em perfeita conexão, pois cada uma tem seu significado. A mão direita que se encontra mais alta e segura o “damaru”, significa a criação do universo, já que a criação é atribuída ao som. Até mesmo na religião cristã encontramos esse princípio, na Bíblia está escrito que “no princípio era o Verbo” A outra mão direita que se encontra na direção do ombro está colocada em um gesto chamado de “Abhaya” ou – o gesto da proteção – e significa que nada temos a temer porque somos eternamente protegidos por Shiva. Da mão esquerda que se encontra mais alta emana o fogo da destruição que significa o poder da transmutação. A quarta mão que se encontra atravessada diante do corpo e aponta para baixo, para o pé de Shiva que esmaga um demônio-anão, tem o significado de dizer “Eu estou aqui para remover a ignorância e oferecer refúgio para a alma”. O pé que esmaga Muyalagan tem o significado de manter o domínio sobre a ilusão e o pé que se encontra levantado significa a libertação dessa mesma ilusão que tem o nome de “maya”.
Abertas as inscrições para o novo curso de leitura da borra de cafe.
Informações:(011)7453 0068
As Salaam Alaikum ( a paz esteja com você)
Mirta Herrera Camerini(Zulma Ayslaam)

A Arte de negociar segundo a tradição árabe



Consultando uma borra de café, fiquei surpresa com uma imagem que chamou muito minha atenção: um homem barbado de túnica, nariz proeminente. A primeira associação devo reconhecer, foi com a figura de Ossama Bin Laden. Foi muito forte a sensação de que meu consulente estaria vivenciando um momento de terror, se sentindo aterrorizado por questões relacionadas á finanças (isto devido á imagem estar na região do dinheiro) Realmente, conversando com ele, me relatou estar extremamente abalado por um problema seriíssimo com bancos e até se sentindo ameaçado.
A leitura da borra de café tem por finalidade mostrar um caminho, assim como todo oráculo.
Lembrei naquela hora de um texto que tinha lido há um tempo atrás: A arte de negociar árabe, escrito por Jorge Sabongi de Khan el Kalili, casa de chã egípcia, em São Paulo. Comecei a falar com meu consulente recomendando-lhe negociar, assim como os árabes:
“O dinheiro, sua forma de adquiri-lo e constituir fortuna com ele, vem de séculos. Nômades por natureza, o povo árabe desenvolveu como ninguém a arte da negociação. E o mais engraçado: passa de pai para filho, quase que inconscientemente. Hoje percebo que minha mãe, quando eu era pequeno, fazia negócios em suas compras, com verdadeiro sangue árabe, herdado de meus avós. Eu, menino, só observava: suas palavras, sua forma sutil para demover um vendedor e de remover o valor da mercadoria ao preço que ela realmente desejava pagar ou que valia. E o engraçado é que ela me explicava porque estava fazendo a transação daquela forma. No seu jeito mais singelo, ela estava passando para mim, um tino comercial que duraria por toda minha existência.
O árabe em si, não é um chato fazendo negócios: é um artista. Para ele, é um grande prazer falar, gesticular, comentar, contar uma história antiga, profetizar uma sentença de sabedoria, tudo num clima envolvente e cativante. Ao piscar seus olhos, você acha que fez o melhor negócio do mundo… e ele idem. 
Quando encontram alguém que também faz o mesmo tipo de jogo (prazer na pechincha, relutância em adquirir um bem se não tiver melhores condições, e principalmente expor as qualidades com exuberância do bem em questão, para valoriza-lo ao máximo), aí estão realmente fazendo o que mais gostam.  Achar alguém do mesmo naipe é o auge comercial para eles.
 Está no sangue: “Bara você querido, este breço, melhorbreço. Eu só faz isso borque é brá você….Eu não táganiando nada com isso, só quer ver você contente.”(experimente colocar a entonação exata, e você dará boas risadas). E sem pressa nenhuma de encerrar a negociação, por aí vai, horas se for necessário. Por fim, um café árabe é servido com cardamomo, é claro, e risadas são trocadas, numa amizade que parece de anos de convívio.
Depois que um árabe faz negócio com você, ele realmente inicia uma amizade que poderá durar para a vida inteira.  Antes, será sempre um estranho, sisudo, fechado.  Portanto, não estranhe. 
Um lembrete: nunca diga que ele está lhe roubando no preço. Prefira falar assim: “Você ganha pouquinho, eu ganho pouquinho, e nós, fazemos negócio”. Pronto… esta é a linguagem.”
(agradeço a Jorge, a gentileza me permitindo utilizar o seu texto)
Texto de Jorge Sabongi
Khan el Kalili
Casa de Chã Egípcia e café árabe
R. Dr. José de Queirós Aranha, 320 – Vila Mariana
Fones: 11 5575-6647 – 5571-3209 – 5571-3295 – 5549-7989
Provérbio árabe: “é importante rezar para que camelo não fuja, mas não se esqueça de amarrá-lo”.
Assim, diariamente, encontramos na leitura da borra de café muitas imagens simbólicas, que certamente irão nos ajudar (e também aos nossos consulentes), a realizar algo muito importante no cotidiano de cada ser humano: a magia da autotransformação. Porque? Muitas vezes estamos enxergando só um lado da moeda, sofremos… Por isso é muito importante ante uma questão ameaçadora, por exemplo, ver por todos os lados, para assim melhorar não só a situação como o nosso interior.
Mirta Herrera Camerini (Zulma Ayslaam)
Professora de leitura da Borra de Café

sábado, 15 de outubro de 2011

Uma Pausa para o Espírito, uma pausa para o Café

Sentados na areia ao redor do fogo um grupo de beduínos contempla o deserto. As miradas se perdem na imensidão do tempo. Só eles, a suas bagagens, seus animais e as estrelas.
Um vento seco acaricia as chamas formando figuras em um compasso lento.
O aroma convida a respirar fundo e sentir o alivio que gerou o cansaço. È a pausa para o espírito que traz consigo tantas mensagens ainda indescifradas da alma... È o aroma do café, são as especiarias, o fogo que aquece e o tempo, aquele senhor velho, que nunca para. O que é o destino? Tal vez uma trama desenhada no simbolismo escuro do Universo... O tal vez um conto mágico que devemos procurar no profundo silencio duma pausa. Uma pausa para o espírito, lá no fundo, lá dentro...
De onde viemos é uma circunstancia.
A onde vamos é o nosso destino.
Mas, como ir, como preparar-nos para essa longa estrada?
Lentamente o beduíno bebe seu café, meditando no tempo, na vida, no destino...
Sua tenda é preenchida pelo delicado aroma, convidando á família, aos companheiros de caminhada á compartilhar esse momento.
Uma anciã fecha os olhos e começa a contar historias que perpetuaram no tempo.
-Anda devagar, não tenhas pressa-ela diz. Acalma teu espírito e acomoda tuas idéias. Amanhã será um outro dia cheio de desafios, e dependerá da tua força continuar o teu caminho. Presta atenção aos sinais que se apresentem, olha para as estrelas e deixe ser guiado por elas. Não tem nada mais preciso que ter traçado um objetivo e continuar a vida em direção dele. Caminha pela areia e para um instante, olha para trás: você deixou sua marca pela estrada. E alguém com certeza lembrará disso, mesmo que você simplesmente tenha sorrido. Nada é por acaso, os encontros não são porque sim. Permita-se a possibilidade de ser feliz todos os dias. Não estas sozinho, meu filho, o vento acaricia teus cabelos, e todos os dias o sol aquece tua jornada. Não tenhas medo, simplesmente observa: a vida é como esta xícara, o que se coloca dentro é o teu produto, é a conseqüência da transformação pela que passamos dia a dia. E depende de nós, de não deixar-nos levar pelo cansaço das lutas, da dor das feridas, das perdas das batalhas.

Nesse momento a anciã mostrou a xícara para o beduíno. Nela estavam os desenhos formados pela borra: um imenso sol no fundo irradiando as paredes. Estradas retas e algumas sinuosas, infinidades de pássaros que pareciam voar em varias direções. E varias letras formando uma palavra: Vida...
O beduíno, então, dormiu tranquilo na areia do deserto sob o olhar e brilho das estrelas, entendendo que o destino se faz a cada dia e que cada um o desenha com suas próprias cores.

Assim como antigamente, a traves dos símbolos formados pela borra de café podemos entender o que está acontecendo a nível psíquico, físico, emocional e espiritual.
As imagens formadas pela borra de café são o EU INTERIOR falando desde o profundo do seu ser. È o SEU UNIVERSO desenhado por um produto da natureza (o grão de café) que passou, assim como você passa, por um processo de transformação.
Podemos ver o futuro numa xícara de café? Sim, claro!
Mas, de que serviria apresentar o futuro sem capacitar-nos para enfrenta-lo e vivi-lo? Seria como enviar alguém a uma viagem sem mapa e sem destino. Hoje também é o futuro.
Como o grão de café, hoje, você pode transformar a sua vida em um delicioso aroma.
Transforme-se. Sempre há tempo. E caminhe com toda a sua bagagem em busca do seu destino...

                         Historia escrita por Mirta Herrera Camerini inspirada por Zulma Ayslaam.