sábado, 15 de outubro de 2011

Uma Pausa para o Espírito, uma pausa para o Café

Sentados na areia ao redor do fogo um grupo de beduínos contempla o deserto. As miradas se perdem na imensidão do tempo. Só eles, a suas bagagens, seus animais e as estrelas.
Um vento seco acaricia as chamas formando figuras em um compasso lento.
O aroma convida a respirar fundo e sentir o alivio que gerou o cansaço. È a pausa para o espírito que traz consigo tantas mensagens ainda indescifradas da alma... È o aroma do café, são as especiarias, o fogo que aquece e o tempo, aquele senhor velho, que nunca para. O que é o destino? Tal vez uma trama desenhada no simbolismo escuro do Universo... O tal vez um conto mágico que devemos procurar no profundo silencio duma pausa. Uma pausa para o espírito, lá no fundo, lá dentro...
De onde viemos é uma circunstancia.
A onde vamos é o nosso destino.
Mas, como ir, como preparar-nos para essa longa estrada?
Lentamente o beduíno bebe seu café, meditando no tempo, na vida, no destino...
Sua tenda é preenchida pelo delicado aroma, convidando á família, aos companheiros de caminhada á compartilhar esse momento.
Uma anciã fecha os olhos e começa a contar historias que perpetuaram no tempo.
-Anda devagar, não tenhas pressa-ela diz. Acalma teu espírito e acomoda tuas idéias. Amanhã será um outro dia cheio de desafios, e dependerá da tua força continuar o teu caminho. Presta atenção aos sinais que se apresentem, olha para as estrelas e deixe ser guiado por elas. Não tem nada mais preciso que ter traçado um objetivo e continuar a vida em direção dele. Caminha pela areia e para um instante, olha para trás: você deixou sua marca pela estrada. E alguém com certeza lembrará disso, mesmo que você simplesmente tenha sorrido. Nada é por acaso, os encontros não são porque sim. Permita-se a possibilidade de ser feliz todos os dias. Não estas sozinho, meu filho, o vento acaricia teus cabelos, e todos os dias o sol aquece tua jornada. Não tenhas medo, simplesmente observa: a vida é como esta xícara, o que se coloca dentro é o teu produto, é a conseqüência da transformação pela que passamos dia a dia. E depende de nós, de não deixar-nos levar pelo cansaço das lutas, da dor das feridas, das perdas das batalhas.

Nesse momento a anciã mostrou a xícara para o beduíno. Nela estavam os desenhos formados pela borra: um imenso sol no fundo irradiando as paredes. Estradas retas e algumas sinuosas, infinidades de pássaros que pareciam voar em varias direções. E varias letras formando uma palavra: Vida...
O beduíno, então, dormiu tranquilo na areia do deserto sob o olhar e brilho das estrelas, entendendo que o destino se faz a cada dia e que cada um o desenha com suas próprias cores.

Assim como antigamente, a traves dos símbolos formados pela borra de café podemos entender o que está acontecendo a nível psíquico, físico, emocional e espiritual.
As imagens formadas pela borra de café são o EU INTERIOR falando desde o profundo do seu ser. È o SEU UNIVERSO desenhado por um produto da natureza (o grão de café) que passou, assim como você passa, por um processo de transformação.
Podemos ver o futuro numa xícara de café? Sim, claro!
Mas, de que serviria apresentar o futuro sem capacitar-nos para enfrenta-lo e vivi-lo? Seria como enviar alguém a uma viagem sem mapa e sem destino. Hoje também é o futuro.
Como o grão de café, hoje, você pode transformar a sua vida em um delicioso aroma.
Transforme-se. Sempre há tempo. E caminhe com toda a sua bagagem em busca do seu destino...

                         Historia escrita por Mirta Herrera Camerini inspirada por Zulma Ayslaam.

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